Senado aprova fim da reeleição para o Executivo. Veja o que pode acontecer!
- Verônica Oliveira
- 22 de mai.
- 4 min de leitura
Senado aprova fim da reeleição para presidente, governadores e prefeitos. Entenda o que muda, quando começa a valer e os impactos na política brasileira.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, em maio deste ano, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que põe fim à possibilidade de reeleição para cargos do Poder Executivo no Brasil.
A decisão vale para presidente da República, governadores e prefeitos e já está movimentando os bastidores da política nacional.
Além do fim da reeleição, a proposta também prevê a unificação das eleições e o aumento do tempo de mandato de quatro para cinco anos.
Este é um dos temas políticos mais discutidos no momento e pode gerar impactos profundos no cenário eleitoral brasileiro.
Se você quer entender tudo sobre a decisão do Senado e o que pode mudar nas próximas eleições, continue lendo.
CCJ do Senado aprova fim da reeleição para Presidente, Governadores e Prefeitos
No dia 21 de maio de 2025, a CCJ do Senado aprovou, por ampla maioria, a PEC que prevê o fim da reeleição para cargos do Executivo, como presidente da República, governadores e prefeitos.
O relator da proposta, senador Marcelo Castro (MDB-PI), defendeu que a medida busca fortalecer a democracia brasileira e combater o uso da máquina pública em benefício de quem busca a própria reeleição.
A proposta foi aprovada na CCJ com 20 votos favoráveis e 6 contrários, demonstrando um amplo apoio entre os senadores.
Quais são as principais mudanças com o fim da reeleição?
A aprovação da PEC traz três mudanças principais no sistema político e eleitoral brasileiro.
1. Fim da reeleição para cargos do Executivo
A reeleição para presidente, governadores e prefeitos deixa de existir. Candidatos só poderão exercer um mandato de cinco anos, sem possibilidade de reeleição consecutiva.
2. Mandatos de cinco anos
Atualmente, o mandato é de quatro anos, com direito à reeleição. Com a PEC, o mandato passa a ser de cinco anos, sem reeleição.
3. Unificação das eleições
As eleições municipais e gerais passam a ocorrer no mesmo ano, a cada cinco anos. A ideia é reduzir custos, otimizar a logística eleitoral e diminuir o desgaste político frequente.
Quando as mudanças começam a valer?
A proposta aprovada pela CCJ ainda precisa ser aprovada em dois turnos no plenário do Senado e, depois, seguir para a Câmara dos Deputados, onde também precisa ser aprovada em dois turnos.
Se for aprovada em todas as etapas ainda em 2025, as novas regras poderão valer já a partir das eleições de 2030, que seriam unificadas para todos os cargos (presidente, governador, senador, deputado, prefeito e vereador).
Até lá, o sistema atual, com mandatos de quatro anos e possibilidade de uma reeleição, continua valendo.
O que pode mudar na política brasileira?
O fim da reeleição pode gerar transformações profundas no cenário político. Veja alguns possíveis impactos.
Renovação política
Sem a possibilidade de reeleição, o ciclo de renovação de líderes pode se acelerar, abrindo espaço para novos nomes na política.
Redução do uso da máquina pública
Um dos principais argumentos a favor da PEC é que, sem a busca pela reeleição, governantes não usarão os recursos públicos e a estrutura do Estado para benefício pessoal durante as campanhas.
Planejamento de longo prazo
Mandatos de cinco anos podem favorecer a execução de projetos de médio e longo prazo, especialmente em áreas como infraestrutura, educação e saúde.
Unificação das eleições pode reduzir custos
Realizar todas as eleições no mesmo ano diminui significativamente os custos operacionais para a Justiça Eleitoral e para os próprios partidos.
Argumentos a favor e contra o fim da reeleição
A favor
Diminuição dos abusos de poder político e econômico.
Fortalecimento da democracia, evitando a perpetuação no poder.
Redução dos custos eleitorais com eleições unificadas.
Estímulo à alternância de poder e à diversidade de lideranças.
Contra
Perda da possibilidade de continuidade de governos bem avaliados.
Risco de mandatos serem mais curtos para projetos estruturais.
Possível aumento na instabilidade política com trocas frequentes de governo.
CCJ do Senado: quais são os próximos passos?
Apesar da aprovação na CCJ, o caminho da PEC ainda não terminou. Veja o trâmite necessário.
Plenário do Senado: Votação em dois turnos. São necessários 49 votos favoráveis (três quintos dos senadores).
Câmara dos Deputados: Caso seja aprovada no Senado, segue para votação também em dois turnos na Câmara. Precisa de 308 votos favoráveis (três quintos dos deputados).
Promulgação: Se aprovada nas duas Casas, a PEC é promulgada pelo Congresso Nacional e passa a integrar a Constituição.
Quando seriam as próximas eleições unificadas?
Se o texto for aprovado ainda em 2025 ou início de 2026, o novo calendário eleitoral ficaria assim.
2026: Última eleição no modelo atual (presidente, governadores, senadores e deputados).
2028: Última eleição municipal no modelo atual (prefeitos e vereadores).
2030: Primeira eleição unificada com todos os cargos — presidente, governadores, senadores, deputados, prefeitos e vereadores — no mesmo dia.
Fim da reeleição: como funciona em outros países?
O Brasil adotou a reeleição para cargos executivos em 1997, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.
Atualmente, diversos países proíbem a reeleição consecutiva, especialmente na América Latina.
México: Mandato único de seis anos, sem reeleição.
Paraguai: Mandato único de cinco anos, sem reeleição.
Colômbia: Proibição da reeleição desde 2015.
Por outro lado, países como Estados Unidos permitem apenas uma reeleição, limitando a dois mandatos de quatro anos para presidente.
Resumo das principais informações sobre a PEC aprovada pela CCJ
Fim da reeleição para presidente, governadores e prefeitos aprovado na CCJ do Senado.
Mandatos passam de quatro para cinco anos, sem possibilidade de reeleição.
Eleições unificadas a partir de 2030, se a PEC for aprovada.
Texto ainda precisa passar pelo plenário do Senado e pela Câmara dos Deputados.
Objetivo: fortalecer a democracia, evitar abuso da máquina pública e reduzir custos eleitorais.
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